Zeladores virtuais usaram Twitter para apontar falhas em calçadas; Sabesp e Prefeitura firmaram acordo
Fernanda Aranda
A "geração Twitter" aprendeu a cuidar da cidade. Pelo menos em torno da Avenida Paulista, nasceu uma espécie de zeladores virtuais. Diariamente, são postados fotos, denúncias, puxões de orelha e elogios sobre a via e tudo é direcionado à administração local. Há dez dias, a patrulha computadorizada ficou sabendo sobre os "frutos" da fiscalização cibernética. Após debate com os "seguidores", a Prefeitura e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fizeram uma reunião e acordaram trocar pelo menos 24 metros da calçada mais famosa da capital paulista.
INTERNAUTA
A Gerência da Paulista - pasta criada há um ano pelo governo municipal só para gerir os 3 km da via - postou no microblog que teria uma reunião com a Sabesp para discutir "obras nas calçadas". Logo em seguida, internautas já postaram fotos de regiões na avenida que haviam sofrido interferências da companhia de saneamento e não tinham sido arrumadas de forma correta, o que compromete a acessibilidade e facilita acidentes de pedestres.
Isso acontece quando há um vazamento no esgoto, por exemplo, e a Sabesp precisa agir de forma emergencial. Um buraco na via é aberto e depois nem sempre o remendo deixa tudo no mesmo nível, cor e textura. O mesmo erro acaba sendo cometido por outras companhias que atuam no subsolo, como a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) e a Eletropaulo.
"Fizemos a reunião e ficou acordado que a Sabesp trocaria 17 blocos (de 2 metros cada) da calçada", afirmou o gerente da Paulista, Heitor Sertão. "Eles (Sabesp) já fizeram um piloto, foi aprovado e as trocas devem começar já", completou. A Sabesp informou no sábado passado que já começaria as trocas - que devem ser feitas nos fins de semana. No total, devem ser três semanas para a finalização. O custo das substituições é de R$ 80 mil.
"Esses encontros com as companhias são de rotina e realizados com outros órgãos. Recentemente, fizemos com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), para evitar que os carros fortes parem na calçada, o que é proibido e danifica o piso." Esse apelo de Sertão também foi ecoado no Twitter. Segundos depois, um "zelador virtual" postava foto com o flagrante da infração.
A Gerência da Paulista mantém uma equipe só para atualizar as informações com os seguidores da via. E foi também graças à troca de posts que veio à tona o problema dos assaltantes que circulam de bicicleta na Paulista e levam celulares, Ipods e outros pertences de pedestres. "Em uma semana, recebemos 20 reclamações dessas pelo Twitter", comenta Sertão. O fato foi levado à polícia, que afirma ter reforçado as blitze no local. Uma reunião com o Comando da Polícia Militar local foi agendada para traçar novas estratégias de combate a esses pequenos furtos.
INOVAÇÃO
O secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, avalia que a nova febre da comunicação virtual aproximou o governo da população. Ele próprio passa horas respondendo a reivindicações e denúncias, de endereços onde faixas desafiam a Lei Cidade Limpa a pontos de lixo acumulado. "Há duas semanas, fizemos uma ?limpa? de carros abandonados na capital, só com informações repassadas pelo Twitter. Eu estou muito satisfeito com a nova ferramenta."
O Estado de São Paulo - Metrópole
INTERNAUTA
A Gerência da Paulista - pasta criada há um ano pelo governo municipal só para gerir os 3 km da via - postou no microblog que teria uma reunião com a Sabesp para discutir "obras nas calçadas". Logo em seguida, internautas já postaram fotos de regiões na avenida que haviam sofrido interferências da companhia de saneamento e não tinham sido arrumadas de forma correta, o que compromete a acessibilidade e facilita acidentes de pedestres.
Isso acontece quando há um vazamento no esgoto, por exemplo, e a Sabesp precisa agir de forma emergencial. Um buraco na via é aberto e depois nem sempre o remendo deixa tudo no mesmo nível, cor e textura. O mesmo erro acaba sendo cometido por outras companhias que atuam no subsolo, como a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) e a Eletropaulo.
"Fizemos a reunião e ficou acordado que a Sabesp trocaria 17 blocos (de 2 metros cada) da calçada", afirmou o gerente da Paulista, Heitor Sertão. "Eles (Sabesp) já fizeram um piloto, foi aprovado e as trocas devem começar já", completou. A Sabesp informou no sábado passado que já começaria as trocas - que devem ser feitas nos fins de semana. No total, devem ser três semanas para a finalização. O custo das substituições é de R$ 80 mil.
"Esses encontros com as companhias são de rotina e realizados com outros órgãos. Recentemente, fizemos com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), para evitar que os carros fortes parem na calçada, o que é proibido e danifica o piso." Esse apelo de Sertão também foi ecoado no Twitter. Segundos depois, um "zelador virtual" postava foto com o flagrante da infração.
A Gerência da Paulista mantém uma equipe só para atualizar as informações com os seguidores da via. E foi também graças à troca de posts que veio à tona o problema dos assaltantes que circulam de bicicleta na Paulista e levam celulares, Ipods e outros pertences de pedestres. "Em uma semana, recebemos 20 reclamações dessas pelo Twitter", comenta Sertão. O fato foi levado à polícia, que afirma ter reforçado as blitze no local. Uma reunião com o Comando da Polícia Militar local foi agendada para traçar novas estratégias de combate a esses pequenos furtos.
INOVAÇÃO
O secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, avalia que a nova febre da comunicação virtual aproximou o governo da população. Ele próprio passa horas respondendo a reivindicações e denúncias, de endereços onde faixas desafiam a Lei Cidade Limpa a pontos de lixo acumulado. "Há duas semanas, fizemos uma ?limpa? de carros abandonados na capital, só com informações repassadas pelo Twitter. Eu estou muito satisfeito com a nova ferramenta."
O Estado de São Paulo - Metrópole
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